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Man on the run – Meu amigo beatle

Em agosto último eu terminei de ler”Man on the Run” (Homem em fuga, em tradição livre), uma “semibiografia” de Paul McCartney escrita por Tom Doyle. Durante a leitura da história – que começa no fim dos Beatles, passa por toda a aventura do Wings e vai até a morte de John Lennon – uma coisa não saía da minha cabeça. Tenho um amigo muito próximo que, há algum tempo, acho muito parecido com o ex-Beatle, e não consigo – ou não conseguia – explicar o por quê.

E, veja só, ele disse que eu não era o primeiro a ver a semelhança…

Primeiro eu achava, e até cheguei a comentar com ele, que era físico. Os dois têm o rosto levemente parecido (na juventude do Paul, claro, ou talvez nada parecido). Este meu amigo não é músico, mas é das artes. E foi por aí, eu acho, que comecei a entender a semelhança…

Paul McCartney sempre foi o beatle pop. O que adorava a “beatlemania”, que queria viver naquilo pra sempre. E mais tarde, quando ele foi o “culpado” pelo fim dos Beatles, ele na verdade tinha sido o último a sair. O anúncio “involuntário” foi, na verdade, mais um “não querem mais? então foda-se” do que um “estou saindo”.

E por que desta forma intempestiva, inesperada e tão… digamos, inconsequente? Depois de tantos anos juntos?

Por que apesar de ele ser um ex-beatle, ele não é um super humano. Ao contrário do que muitos pensam, mesmo pessoas famosas e “inalcançáveis” “pagam táxi e vão ao banheiro”. Mais do que isto, elas têm inseguranças, medos, frustrações, raiva e ódio. E erram também, muito. Não são gênios do mal, nem do bem.

E aí está a semelhança entre os dois. Não sei se resolvi todo o enigma, mas ambos têm uma dificuldade enorme para falar de si mesmos. Guardam para si momentos de grande sofrimento e dizem, de forma até bem convincente, que “trabalhei isto internamente durante o processo” quando, na verdade, talvez tenham trabalhado, “pero no mucho”.

O meu amigo está passando por um momento difícil agora. O segundo neste ano. Desta vez, contudo, ele está fazendo um esforço muito grande para se abrir, e isto é admirável.

Nas palavras de sua primeira esposa, Linda McCartney (com quem era casado na época), o fim dos Beatles e a morte do John foram perdas transformadoras para Paul. Ele se tornou uma pessoa mais forte, mas ao mesmo tempo mais tranquila, talvez por entender que nada dura para sempre, mesmo que dure (e a perda da própria Linda seria mais um destes momentos, quase 20 anos depois).

Eu não posso mandar um recado para o Paul, até porque o conheço muito pouco para tanto. Contudo, para o meu amigo eu posso.

Meu velho, deixa estar. Viva e deixe viver. Saiba que tens aqui um amigo que te ama e te respeita demais, mas que está aqui também para os momentos difíceis, ruins e nos quais nos sentimos perdidos. Estarei contigo perto, longe, aqui, lá ou em qualquer lugar.

Lá ontem ou aqui, hoje!

E viva Sir Paul McCartney, my friend!

Olha quem voltou!

Pois é, mais uma vez estamos de volta!

Mais de quatro anos depois do último texto, decidi reativar o Impressão Digital. Na verdade, já faz mais tempo que pensava em retornar, mas demorei para recuperar o blog porque o e-mail que eu usava não existe mais…

Essa semana decidi que ia retornar, mesmo criando um novo blog e, quando acessei o WordPress, voilà! Estava no ID2! Buenas… então vambora!

Troquei o template porque o outro já estava meio datado. Os destaques ainda estão antigos, da época que ele era ativo, mas mudarão com o tempo. Aliás, várias imagens estão com a “marca d´água” do Photobucket pois era onde eu as armazenava, e hoje ele só deixa livre se pagar. Como eu não vou pagar… fica assim.

Também mudarei o nome do blog (para um nome totalmente inesperado) e ainda preciso me habituar com este template, então ainda vamos ajeitando as melancias…

Sejam todos bem vindos, críticas, sugestões e dúvidas são sempre bem vindas.

A ideia é manter mais ou menos a ideia original. Reflexões, literatura, cinema, humor, recordações.. As velhas “impressões digitais” deste que vos escreve.

Ah, lembrando que temos uma fanpage também: https://www.facebook.com/ImpressaoDigital2/

Todos prontos?

We have to come back!!

Ontem, 22 de setembro, completaram 10 anos que Lost, uma das séries de maior sucesso na televisão mundial, fez sua estreia no canal ABC, nos Estados Unidos.

Pensada como uma mistura de “Náufrago” (o filme com Tom Hanks) e Survivor (o reality show que, no Brasil, foi produzido com o nome “No Limite”), a série contava a luta pela vida em uma ilha desconhecida dos sobreviventes do voo 815 da Oceanic, que ia de Sydney, na Austrália, para Los Angeles, na Califórnia (EUA).

Eu me lembro quando a primeira temporada começou na Globo, no verão de 2006. Eu pensava “mas que coisa idiota.. eles estão perdidos numa ilha, tentando sair. No dia que saírem acabou a série, então não vão sair”.

Em algum ponto de 2006, provavelmente, eu decidi me render ao frisson para pelo menos experimentar.. só a primeira temporada, talvez o episódio piloto…

CA-CE-TE!

O primeiro episódio, na minha opinião, é um dos melhores, se não o melhor primeiro episódio da história. A confusão começa alucinada, com os sobreviventes da queda do voo Oceanic 815 tentando entender o que aconteceu, ainda entre os destroços pegando fogo e se desintegrando. A gente basicamente entra na confusão mental dos personagens. E assim foi… não consegui mais parar.

Como era final de 2006, nos Estados Unidos já estava na terceira temporada. Eu acabei só “empatando” com o que estava passando lá fora no final da quarta temporada… E aí começou o martírio, por que não tinha mais choro. Era um episódio por semana, 20 por ano.

Para mim, fã de viagens no tempo, e graças à várias ótimas sacadas dos roteiristas, tanto em relação à própria história da série quanto à cultura pop dos anos 1970, a melhor temporada é a quinta.

Contudo, entretanto, todavia… a sexta temporada é o que gera mais discussões. Todo mundo esperava aquele final bombástico, e muita gente ficou decepcionada. Com os “flash-sideways” (para não entregar muito, vou deixar só a expressão), eles estavam mortos desde o começo? Era um sonho? Nada daquilo aconteceu? Eu perdi seis anos da minha vida para isto?

Minha opinião: Tudo o que aconteceu na Ilha, por mais sobrenatural ou mal contado (sim, a série acaba com várias histórias  – incluindo algumas importantes como os números – mal costuradas), aconteceu de verdade. O ponto é que a história, no fim das contas, não começa no primeiro episódio, mas no 6×15 (Across the Sea). Os protagonistas da série, na verdade, são coadjuvantes na história da Ilha. Nesta perspectiva tudo acaba fazendo mais sentido.. a queda do avião, os outros, os verdadeiros outros, a Iniciativa Dharma, Faraday, Desmond e Widmores da vida…

E os “flash-sideways”? Eu assisti a série duas vezes, mas continuo achando que é uma coisa mais filosófica, no sentido de que, de uma forma ou de outra, os destinos daquelas pessoas se cruzariam. Meio dispensável, talvez, ou pelo menos poderia ser abordado de outra forma, mas enfim…

Haveria muito mais para ser falado. Personagens inesquecíveis como Charlie, Hurley, Jack, Sawyer.. mortes inesquecíveis, plot twists inesquecíveis.. enfim…

O fato é que “Lost” deixou saudades. Um dia eu vou assistir pela terceira vez, mas o que eu gostaria mesmo é de ver outra série como esta pela primeira vez..

We have to come back!

Texto originalmente publicado em www.zodcast.com.br

Melhor não chamar ninguém de macaco…

Vai por mim, este é um bom conselho. Primeiro por que nada justifica qualquer tipo de racismo. Depois por que, se os fatos da franquia “Planeta dos Macacos” se concretizarem, você pode acabar se dando muito mal…

No dia 24 de julho estreia, no Brasil (lá fora vai ser dia 11) o oitavo filme da série (apesar de não ser sequencial) “Planeta dos Macacos”. “Planeta dos Macacos – O Confronto” (Dawn of the Planet of the Apes, em tradução do Joel Santana), é o segundo da trilogia que busca explicar como os macacos dominaram o Planeta.

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Da minha geração, eu fui um dos que teve a felicidade de assistir (nos anos 1990) ao clássico “Planeta dos Macacos” de 1968 (ao lado) sem saber como acabava. Pra mim, aquela inesquecível última cena é realmente um dos maiores finais de filme da história do cinema. Mais tarde assisti as sequências “De volta ao Planeta dos Macacos” (1970), Fuga do Planeta dos Macacos (1971), A Conquista do Planeta dos Macacos (1972), Batalha pelo Planeta dos Macacos (1973).

É claro que não são páreo para o original, mas alguns deles certamente são páreo para o remake arrasa-franquias de Tim Burton (2001), que eu particularmente achei um “desserviço”.. muuuuito inferior ao original.

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Ainda assim, meu lado nerd sobreviveu, e em 2011 eu li o livro que originou a franquia, escrito pelo francês Pierre Boulle (1963). É um ótimo livro, muito bem escrito, e quase tão bom quanto o filme original (pelo menos pra quem viu antes de ler). O que chama a atenção é que, nas partes em que a obra cinematográfica hollywoodiana faz menção aos Estados Unidos, o livro fala da França… c´est la vie..

Eis que no mesmo ano a série voltou à tona com “Planeta dos Macacos – A Origem” (Rise of the planet of the Apes, em outra tradução joel-santanesca). Pra mim, um ótimo filme, que mostra o início da mudança que os levará ao Planeta dos Macacos. Vale ainda ressaltar as referências ao original. Entre as quais, a partida da viagem do astronauta Taylor (Charlton Heston) e diálogos inteiros como “Tire suas patas imundas de mim, seu macaco sujo e maldito“.

Pois “O Confronto”, que estreia em julho, não é remake nem continuação. Bem, não do original de 1968, nem de suas sequencias, nem da infelicidade do Tim Burton. É sequencia do “Planeta dos Macacos – A Origem” (Rise of the Planet of the Apes), de 2011. Esta nova trilogia (que será encerrada em 2016, com um filme ainda sem título) deve terminar onde o filme de 1968 começou.

“A Origem” é um filme muito bom, que acaba num ponto crucial da “virada”. Para mim, este definirá se teremos uma trilogia histórica ou mais um caça-níquel fanfarrão. Os fatos que precisam acontecer agora são fundamentais para um “grand finale”. Então, te liga Andy Serkis! (em outras palavras: Força macacada!).

Texto originalmente publicado no www.zodcast.com.br