E finalmente seguirei com a série sobre os livros que li, organizados de forma anual. Tendo como base sempre o meu aniversário. Já escrevi sobre os livros que li entre os dias 28 de outubro de 2007 e 28 de outubro de 2008. Agora, vamos do dia 28 de outubro de 2008 a 28 de outubro de 2009.
Pois bem, eu leio muito. Mesmo assim, às vezes eu acho que eu tenho tanta cultura (informação cultural) que tenho que cuidar para não ser pedante ou repetitivo. Eu leio para mim, de curioso, de “pesquisador”, de jornalista. Gosto de saber como, quando, porquê.. e onde?… Mas eu sei que nem todo mundo divide essa “febre” comigo.
Daí que algumas vezes eu estou conversando sobre qualquer assunto e lembro de algo que eu li.. não menos que de repente, lá vem o Fábio: “E tu sabe por que isso?”. Se o pobre mortal não sabe, lá vem a explicação….
Talvez para muitos isso seja uma característica minha. Boa ou má, algo que me identifica. Deve ter algo bom, porque as pessoas vêm às vezes me perguntar coisas “nada a ver”, e eu, se não sei a resposta, procuro. É meio que um serviço gratuito, hehehe. Na real, acho legal ter essa “característica”, e lamento pelos que não gostam.
Pois a lista iniciada quase cinco anos atrás, em outubro de 2007, segue ativa. Tendo meus aniversários como referência (é assim que a lista está organizada), em 2008 foram 16; em 2009, 12; em 2010, 22; em 2011, 25; e, em 2012, até agora, 30 livros. Faltam quatro meses para ler mais seis e chegar a 3 livros por mês. Será que eu consigo?
A minha ideia original era, sempre no meu aniversário publicar um texto aqui no blog sobre os livros que eu li nos últimos 11 meses. Não deu. Vamos ver se até outubro eu consigo botar em dia, pelo menos, hehehe…
Buenas.. vamos à segunda parte. Livros lidos entre 28 de outubro de 2008 e 28 de outubro de 2009.
A América aos nossos pés (Eduardo Bueno) – Um livro com um texto nota 10 e uma imparcialidade nota 0. Bom, mas e quem disse que o Peninha Bueno alguma vez pretendeu ser imparcial? Nesta gremistíssima visita à vitoriosa campanha da Libertadores de 1983 (pulicada em 2008, aos 25 anos do primeiro título gremista na competição), o livro nos leva a uma epopeia de batalhas sangrentas, contra tudo e contra todos, num tempo em que a Libertadores era jogada a sério.
O primeiro capítulo do livro, aliás, ilustra o tom de toda a obra. É uma reunião dos libertadores da América José Francisco de San Martín, Jóse Artigas, Simón Bolívar – El Libertador, Bento Gonçalves e O’Highins, para decidir o futuro do torneio. A partir do segundo capítulo sim, relembramos a campanha de 1983, nos áureos tempos das batalhas campais por toda a América do Sul..
Médico de Homens e de Almas (Taylor Caldwell) – Uma das melhores “biografias” que eu li. Conta a história de Lucano (ou, em português, Lucas), autor de um dos evangelhos da Bíblia atual, mas o único que nunca conheceu Jesus. Já escrevi sobre ele aqui, mas vale ressaltar que é um livro muito gostoso de ler, mesmo tendo mais de 700 páginas. Uma viagem pelo Oriente Médio da época de Cristo, contemporânea ao início do cristianismo.
Anjos e Demônios (Dan Brown) – Para mim, até hoje o melhor livro do Dan Brown. Melhor que o mais famoso, “O Código Da Vinci” inclusive, sim. Uma profunda e imparcial discussão entre ciência e religião, trazendo elementos históricos da Igreja Católica e da arquitetura da cidade de Roma. O filme não fez jus ao livro, se bem que acho que nem teria como. Se quiser saber mais, leia aqui.
Eric Clapton – A Biografia (Eric Clapton) – Todos temos nossos ídolos. E todos quase sempre caímos na ilusão de acreditar que eles são seres superiores: felizes, ricos, saudáveis e bem resolvidos. Pois nesta incrível auto-biografia, Eric Clapton, ao mesmo tempo que passeia pelos seus 50 anos de música, nos leva pela sua desventurada experiência com as drogas e o alcoolismo.
Uma história dura, que esteve muitas vezes perto de um final abrupto, mas que graças à força de vontade de Clapton, “limpo” há mais de 20 anos, segue encantando plateias em todo o mundo. Momentos marcantes como a morte do filho e o relacionamento com o beatle George Harrison também estão lá, ajudando a abrilhantar ainda mais a história da música no século XX.
Noites Tropicais (Nelson Motta) – Pode nãõ parecer, mas é uma auto-biografia. Meio sem querer, e sem fazer alarde, Nelson Motta foi uma espécie de Forrest Gump brasileiro. Testemunha e, muitas vezes, personagem da história da música brasileira desde o surgimento da Bossa Nova e da Jovem Guarda, passando pela época dos Festivais, pela psicodelia dos anos 1970, o rock-Brasília do começo dos anos 1980 até o Rock In Rio 1985, com shows antológicos como Queen e Barão Vermelho. Também já fiz um texto sobre isso no blog.
Ministério do Silêncio (Lucas Figueiredo) – Muitos brasileiros 9praticamente todos na verdade), acreditam que existem muitas coisas escondidas nos corredores de Brasília que não se sabe nem nunca se saberá.
Bom… este livro do repórter Lucas Figueiredo demonstra que essas teorias conspiratórias são.. verdadeiras. Ao contar a história da Inteligência brasileira, desde o Dops de Getúlio Vargas, passando pelo Doi-Codi/SNI dos militares até a Abin de Lula e sua turma, a obra mostra que, em alguns momentos importantes da história brasileira, o povo e as instituições praticamente não passaram de fantoches que acreditavam estar agindo por conta própria. Triste realidade…
Luís XVI (Bernard Vincent) – A Revolução Francesa. Eita tópico complexo de se entender… Li o livro sobre o rei Luís XVI na esperança de entender um pouco melhor, e isso realmente consegui… mas são tantos lados, tantas “verdades”, que acho que será impossível chegar a uma conclusão. definitiva Bom, algo dá pra concluir: sem dúvida, foi uma revolução!
Este livro de Bernard Vincent tenta se focar na vida do Rei, mas isso seria impossível sem manter a contextualização histórica sempre próxima. Principalmente na virada que acontece quando ele vai para Versailles sem perceber, ainda, as mudanças que já estavam em curso e que o levariam a perder a cabeça (literalmente)…
Almanaque da TV (Bia Braune & Rixa) – Uma viagem pela história deste tubo infecto” (pelo menos até a chegada do plasma e do LCD). Não no sentido tecnológico, mas no cultural. Desde o começo com a TV Tupy de Chateaubriand, nos anos 1950, passando pela Excelsior, pela Record pré-IURD, Bandeirantes, Globo, SBT..
Programas, séries, personagens, bastidores e curiosidades que, de certa forma, não deixam de ser uma forma de acompanhar a história sócio-cultural do Brasil nos últimos 60 anos. Um ótimo livro pra quem busca entretenimento e nostalgia!
Cuba – Uma nova História (Richard Gott) -Foi o primeiro livro que eu li na minha tentativa de “entender abaixo da superfície” temas sempre recorrentes. Depois fiz o mesmo com a história da Inglaterra, da Rússia e da China. Claro que ainda há muito o que ser explorado, mas já consigo contextualizar tudo melhor, e este é o objetivo.
Pois o caso de Cuba é interessantísimo. Quando falamos na maior ilha da América Central, pensamos direto em Fidel Castro. Pois o livro de Richard Gott nos conta a história desde o descobrimento, os séculos de domínio espanhol até a vitória norte-americana no final do século XIX. Só no final (faltando cerca de 50 páginas) é que chegamos a Fulgêncio Batista, o golpe e o socialismo de Fidel Castro. Ainda aí há muita história, como a crise dos mísseis e a relação de Castro com a U.R.R.S.
Acredito que uma boa definição para a história da ilha até os dias de hoje seja o título que escolhi para o texto que escrevi sobre o livro: Independência ou Cuba!
Breve História de Quase Tudo (Bill Bryson) – Partindo de uma dúvida totalmente banal, Bryson nos leva em uma viagem pela história da ciência. Meteorologia, química, física, biologia.. tudo em uma linguagem simples e muito bem escrita. Há muito mais a ser dito, e para isto, recomendo que leiam o texto que escrevi aqui.
Einstein – Sua vida, seu universo (Walter Isaacson) – Todos já ouviram falar da Teoria da Relatividade de Einstein. Mesmo que alguns não façam ideia do que é, do que significa ou do que representa, certamente já ouviu falar.
Pois Albert Einstein é muito mais do que isto. Ainda que, inegavelmente, sua teoria tenha revolucionado a ciência (como, anteriormente, somente Isaac Newton tenha sido capaz), o homem por trás do cientista é, também, interessantíssimo.
Einstein não decidiu ser cientista, mas quando viu não tinha mais saída. Dono de um curiosidade imensurável, o físico alemão chegou a vir ao Brasil (ao Ceará) para comprovar uma de suas teorias. O livro de Walter Isaacson (o mesmo que, mais recentemente, escreveu a biografia de Steve Jobs) nos mostra mais do que o teórico, mas também a pessoa, o homem que viveu intensamente a sua época, inclusive fugindo, por ser judeu, da Alemanha nazista durante a segunda guerra mundial.
Impossível resumir Einstein em três parágrafos. Se quiser mais, leia o texto que escrevi. Se quiser ainda mais… ora, leia o livro!!
Rua da Praia (Nilo Ruschel) – Eu adoro histórias da Porto Alegre antiga. Neste livro, Ruschel nos fala de uma cidade em pleno crescimento, com histórias e histórias de uma Rua da Praia que já não existe mais. Na época dominada por Cafés, mais tarde com lojas de departamentos. Uma bucólica cidade, com vida social ativa e, aos olhares de hoje, bastante romântica. Vale a pena viver Porto Alegre, em todas as épocas!!